Nota sobre a atual Relação comercial externa entre Brasil e Argentina.

Postado por: Fernando Farias

Autor – Fernando Rodrigo Farias – professor da graduação e pós-graduação em Geografia da UFMS/CPAQ.

Introdução

O Observatório de geoeconomia e análise sócio espacial regional UFMS/CPAQ, publica nota reflexiva (texto para discussão) sobre a atual dinâmica da relação comercial externa (exportação/importação) do Brasil com a Argentina no ano de 2023.

O objetivo central do presente texto é analisar a importância/peso econômico do mercado argentino para o Brasil, assim como qual importância/peso econômico do mercado brasileiro para a Argentina.

Recentemente ambos os países passaram por alterações em seus sistemas de governo. O Brasil no ano de 2022/2023 e a Argentina em 2024. Podemos afirmar que ambos os países iniciaram um novo ciclo de planos de governo, cada qual com seu projeto político/econômico.

No entanto, ficou muito evidente em certos momentos durante os debates político de campanha do atual governo argentino, de que haveria a possibilidade de em certa medida haver o rompimento de parte da relação comercial com o Brasil, dando preferência a outros mercados que representasse maior simpatia político/ideológica com a Argentina.

Entretanto, os dados estatísticos levantados da relação comercial entre Brasil e Argentina mostram que atitude desta natureza seria um grande erro estratégico e causaria prejuízos significativos ao próprio mercado interno tanto do Brasil e principalmente a própria Argentina[1].

É possível afirmar com base nos dados econômicos/comerciais do comércio exterior entre os países que independente das posições ideológicas/políticas de cada um dos projetos político/econômico, há uma importância quantitativa e qualitativa que precisa ser preservada.

Se a Argentina é o 3º mais importante parceiro econômico nas exportações do Brasil, o Brasil é mais importante (1º) comprador de produtos exportados pela Argentina. O Brasil é também o 2º país que mais vende produtos para a Argentina ficando atrás apenas da China que é o principal parceiro comercial de suas importações.

Outro fator importante que precisa ser considerado é em relação a natureza dos produtos comercializados pela Argentina ao Brasil. Conforme item 2 do presente texto[2], os produtos comercializados pela Argentina ao Brasil ou vice versa, pertencem a um grupo de produtos absorvido pela indústria dos países em desenvolvimento e não ao contrário.

Ou seja, a maior parte dos produtos exportados do Brasil para a Argentina são produtos intermediários, a exemplo de partes e acessórios para veículos e minério de ferro produto primário. As referidas mercadorias atendem à demanda das montadoras e indústrias instaladas no Brasil, afinal, o Brasil detém 72%[3] do Produto Interno Bruto dos países que compõem o Bloco Econômico Mercosul, o que configura-se como um importante parceiro econômico da América Latina.

Já os produtos comercializados pela Argentina ao Brasil podemos afirmar que pertencem a grupos de mercadorias com maior valor agregado em termos de complexidade industrial. Comercializam-se ao Brasil, principalmente veículos de transporte e de passeio e trigo produto primário importante para suprir o nosso déficit nacional. Portanto, substituir esses mercados causaria muito prejuízo aos países envolvidos[4].

O volume financeiro em que o Brasil negociou com a Argentina é significativo. No ano de 2023 a relação comercial somou um total de R$ 83.411.842.000,00 em exportações e R$ 59.861.537.000,00 em importações. Esses números, mostram que há uma certa interdependência comercial que precisa ser preservada enquanto parceiros comerciais.

Metodologia adotada para o presente texto consistiu em:

  • Leitura de textos/editoriais de jornais que tratam da economia da América Latina principalmente da relação econômica entre Brasil e Argentina.
  • Sistematização de dados estatísticos disponíveis no portal do ministério da economia brasileira (Comex Stat).
  • Redação do texto analítico/reflexivo.

O presente texto é composto pelas seguintes partes:

I – Relação comercial externa entre Brasil/ Argentina;

II –  Natureza do mercado externo da Argentina e a dinâmica da sua relação comercial com o Brasil;

III – Considerações finais

  • Aspectos gerais da relação comercial externa entre Brasil/ Argentina

É importante ressaltar que em 2023, a maior parte das exportações brasileiras (65,03%) destinou-se para blocos econômicos fora do tradicional centro dinâmico do sistema[5] .

O tradicional centro dinâmico (Europa e América do Norte), participou com 34,97% das exportações brasileiras. Já o bloco econômico asiático participou com 44,8% do total exportado e 34,6% das importações. A China sozinha configura-se na atualidade como o principal país parceiro comercial do Brasil em relação as exportações. No ano de 2023 a China foi responsável por 23,5% do total exportado (um total de US$ 104,3 bilhões (Comex Stat 2023).

Apesar de o Brasil apresentar uma grande proximidade comercial com os países do bloco econômico asiático não se pode ignorar a importância histórica dos países da América do Sul na balança comercial brasileira.

Principalmente em períodos de ciclo econômico descendente os países da América Latina costumam desempenhar papel importante na manutenção do fluxo comercial quando o mercado do velho centro dinâmico se fecha ou dificulta o acesso.

O gráfico 1 mostra o percentual de participação comercial das exportações entre Brasil e países da América do Sul e Mercosul no qual tem representado um percentual significativo. O período de maior percentual de participação ficou entre os anos de 2004 a 2017 ficando em torno de 20%.

Gráfico 1- Participação dos países dos blocos econômicos da América do Sul e Mercosul na balança comercial brasileira entre 2000 a 2023 (%).

Os dados estatísticos mostram que a Argentina é um dos parceiros comerciais mais importante do Brasil. Em 2023 participou com 4,92% do total nas exportações brasileiras só ficando atrás de China (23,5%) e Estados Unidos (11,2%).

O quadro 1 mostra os números da dinâmica geral do comércio externo entre Brasil e Argentina nos últimos 25 anos (1997 a 2023).

É possível afirmar através dos dados que a oscilação do saldo (déficit ou superávit) da relação comercial entre Brasil e Argentina, tende a obedecer ao movimento histórico cíclico da economia brasileira. Entre 1997 a 2003, período em que a balança comercial entre Brasil/Argentina era de déficit. Neste caso é preciso levar em consideração os efeitos da crise do final da década de 1990 que afetou não apenas o Brasil mas vários outros países emergentes a exemplo da própria Argentina e México[6].

Já o período de 2004 a 2018 viveu-se uma série de especificidades tanto endógenas (crescimento econômico – política de distribuição de renda – movimento favorável do mercado de commodities via mercado externo – intensificação da relação comercial do Brasil com países emergentes entre eles vizinhos da América Latina e continente asiático)(7)

Entre 2018 a 2023 viveu-se outras especificidades a exemplo da alteração de modelo de política econômica (abandono do modelo do chamado “desenvolvimentismo embrionário” do período anterior (BIELSCHOWSKY 2019), e com tendência a priorizar relação comercial com outros mercados e menos com os emergentes da América do Sul. Além disso, é preciso considerar os efeitos da crise da Covid19 que trouxe uma série de problemas e desafios ao Brasil.

Quadro 1-Saldo da relação comercial externa do Brasil com a Argentina 1997-2023.

Ano Exportação  FOB (US$) Importação FOB (US$) Saldo anual
1997 6.765.349.920,00 7.922.530.186,00 – 1.157.180.266,00
1998 6.743.435.426,00 8.021.076.364,00 – 1.277.640.938,00
1999 5.359.397.011,00 5.810.968.695,00 – 451.571.684,00
2000 6.229.543.769,00 6.849.828.749,00 – 620.284.980,00
2001 4.993.052.394,00 6.201.512.442,00 – 1.208.460.048,00
2002 2.337.328.058,00 4.740.086.584,00 – 2.402.758.526,00
2003 4.559.972.158,00 4.672.405.490,00 – 112.433.332,00
2004 7.371.118.286,00 5.569.408.308,00 1.801.709.978,00
2005 9.967.891.762,00 6.243.718.927,00 3.724.172.835,00
2006 11.733.162.332,00 8.052.132.513,00 3.681.029.819,00
2007 14.409.066.223,00 10.403.151.145,00 4.005.915.078,00
2008 17.598.656.298,00 13.259.158.219,00 4.339.498.079,00
2009 12.781.101.996,00 11.282.382.070,00 1.498.719.926,00
2010 18.507.273.060,00 14.433.414.066,00 4.073.858.994,00
2011 22.701.356.452,00 16.905.974.657,00 5.795.381.795,00
2012 17.986.736.999,00 16.433.514.221,00 1.553.222.778,00
2013 19.612.849.252,00 16.462.407.620,00 3.150.441.632,00
2014 14.277.231.375,00 14.142.776.088,00 134.455.287,00
2015 12.793.412.815,00 10.284.395.087,00 2.509.017.728,00
2016 13.417.339.572,00 9.084.526.540,00 4.332.813.032,00
2017 17.618.822.550,00 9.445.651.277,00 8.173.171.273,00
2018 14.912.622.709,00 11.128.984.988,00 3.783.637.721,00
2019 9.791.499.854,00 10.650.947.790,00 – 859.447.936,00
2020 8.488.738.068,00 7.897.095.769,00 591.642.299,00
2021 11.878.463.042,00 11.948.896.309,00 – 70.433.267,00
2022 15.344.651.930,00 13.099.925.718,00 2.244.726.212,00
2023 16.715.800.000,00[3] 11.996.300.000,00[4] 4.719.500.000,00[5]

Fonte: Comex Stat (2023).

Os dados do comércio exterior do Brasil (Comex Stat 2023), mostram que o saldo passou a ser amplamente positivo a partir de 2004 quando o Brasil passou a conviver com o ciclo econômico expansivo que aliou a dinâmica interna e dinâmica externa. Contribuíram ainda para o ciclo expansivo a elevada demanda mundial de commodities conforme afirmou (BIELSCHOWSKY, 2013).

Além disso, é preciso considerar a série de Investimentos realizados no período citado a exemplo do setor de infraestrutura; no qual contribuiu para o aproveitamento de vantagens comparativas principalmente ligadas a exploração de recursos naturais; e também da dinâmica do aumento do consumo interno puxado pelas políticas de distribuição de renda, o que contribuiu para a expansão de setores agroindustriais e indústria de bens de consumo aumentando o escopo de produtos exportados pela economia brasileira.

2-Natureza do mercado externo da Argentina e a sua relação comercial com o Brasil

Em 2022, o Brasil representou o principal parceiro comercial da Argentina, ou seja, 14,3% das exportações argentinas destinaram-se ao mercado brasileiro. A China respondeu por 9% e Estados Unidos 7,6%.

No setor das importações o Brasil também é um fornecedor importante para a Argentina. A tabela 1 mostra alguns dados dos principais parceiros econômicos da Argentina (exportação/Importação).

Tabela 1- Principais dados da balança comercial argentina em 2022.

Destino das exportações da Argentina % Importações da Argentina %
1º- Brasil 14,30 1º- China 21,5
2º- China 9,00 2º – Brasil 19,6
3º – Estados Unidos 7,60 3º- Estados Unidos 12,7
4º- Chile 5,70 4º- Alemanha 3,3
5º- Índia 5,10 5º- Bolívia 2,7
6º- Holanda 4,00 6º- Paraguai 2,4
7º- Vietnã 3,60 7º- Índia 2,3
8º- Peru 2,80 8º-Tailândia 2,2
9º- Indonésia 2,40 9º- México 2,1
10- Coreia do Sul 2,30 10º- Itália 2,1
Total parcial 56,80 Total parcial 70,9

Fonte: Santander Trade Markets

Para o Brasil a Argentina configura-se também como um importante parceiro comercial. Os principais produtos brasileiros exportados para a Argentina atendem os setores importantes de nossa indústria de transformação.

Os dados do COMEX STAT mostram que é para os parceiros da América latina que exportamos produtos de maior complexidade produtiva. Enquanto mais de 70% das exportações brasileiras para a China por exemplo, referem-se a produtos de origem vegetal principalmente a soja, minérios e outros produtos de origem primária, as exportações para a Argentina demonstram que a natureza dos produtos se referem a setores mais complexos conforme mostra o quadro 2 no qual concentra 74,26% do total das exportações brasileiras para a Argentina.

Quadro 2- Principais produtos brasileiros exportados para a Argentina.

Descrição Grupo de produtos % do total exportado a Argentina
Partes e acessórios dos veículos automotivos 12
Soja 12
Veículos automóveis de passageiros 8,4
Minério de ferro e seus concentrados 3,48
Papel e cartão 2,5
Motores de pistão, e suas partes 2,88
Veículos automóveis para transporte de mercadorias e usos especiais. 2,51
Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos). 2,29
Energia elétrica. 2,24
Máquinas e aparelhos elétricos. 1,97
Pneus de borracha, bandas de rodagem intercambiáveis, flaps e câmaras de ar para rodas. 1,89
Instalações e equipamentos de engenharia civil e construtores, e suas partes. 1,76
Veículos rodoviários. 1,69
Polímeros de etileno, em formas primárias 1,64
Calçados. 1,4
Produtos laminados planos de ferro ou aço não ligado, não folheados ou chapeados, ou revestidos. 1,55
Outras matérias plásticas em formas primárias 1,53
Produtos laminados planos de ferro ou aço não ligado, folheados ou chapeados, ou revestidos. 1,33
Produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço 1,26
Alumínio 1,23
Máquinas agrícolas (com exceção dos tratores) e suas partes 1,22
Bombas, centrífugas, compressores de ar, ventiladores, exaustores, aparelhos de filtrar ou depurar e suas partes 1,21
Soja 1,18
Sabão, preparações de limpeza e de polimento 1,08
Equipamento para distribuição de energia elétrica 1,06
Cobre 1,06
Chapas, folhas, películas, tiras e lâminas, de plásticos 1,05
Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras e perfis (incluindo estacas-prancha) 1,05
Pigmentos, tintas, vernizes e materiais relacionados 0,96
Obras de ferro ou aço e outros artigos de metais comuns 0,94
Alumina (óxido de alumínio), exceto corindo artificial 0,92
Poliacetais, outros poliésteres e resinas epóxidas; policarbonatos, resinas alquímicas e outros poliésteres; em formas primárias 0,86
Café não torrado 0,77
Instrumentos e aparelhos de medição, verificação, análise e controle 0,76
Produtos laminados planos, de ligas de aço 0,74
Inseticidas, rodenticidas, fungicidas, herbicidas, reguladores de crescimento para plantas, desinfetantes e semelhantes 0,73
Outros artigos de plásticos 0,73
Outros produtos diversos das indústrias químicas 0,71
Amidos, inulina e glúten de trigo, matérias albuminoides, colas 0,68
Cacau em pó, manteiga ou pasta de cacau 0,68
Celulose 0,66
Zinco 0,66

Fonte: Comex Stat 2023.

Os dados estatísticos do Comex Stat (2023), conforme quadro 2 mostram que os principais produtos exportados para a Argentina em 2023 referem-se a partes e acessórios dos veículos automotivos com participação de 12% do total exportado, soja (12%)  e Veículos automóveis de passageiros com participação de 8,4% do total.

Mesmo que os percentuais de produtos mais sofisticados estejam diluídos em pequenas porções é importante ressaltar que exportamos por exemplo motores para a Argentina (2,88%) do volume exportado em 2023. Além disso há na lista uma série de outros produtos passíveis de análise a exemplo da exportação de Máquinas agrícolas (com exceção dos tratores) e suas partes que representou em 2023 (1,22%).

As importações da Argentina para o Brasil no ano de 2023, obedece a mesma tendência em termos de natureza dos produtos comercializados pela Argentina ao nosso país. O volume financeiro das importações daquele país ao Brasil, representou um total de R$ 59.861.537.000,00 em 2023 (quadro 1).

Tendo em vista que a principal mercadoria brasileira exportada para a Argentina (partes e acessórios dos veículos automotivos e veículos automóveis de passageiros), São Paulo (principal centro industrial brasileiro) respondeu em 2023 por 40,22 % do total exportado para a Argentina. Seguido pelos estados do Minas Gerias (10,98%), Paraná (9,56%), Rio Grande do Sul (6,77%), Mato Grosso do Sul (6,51%) e Rio de Janeiro (5,21%).

Já as importações da Argentina para o Brasil, conforme quadro 3 (Comex Stat 2023), o grupo de mercadorias referente aos veículos automóveis representou 20% das importações (mais de US$ 2,5 bilhões). Veículos automóveis de passageiros representaram 19% do total das importações da Argentina para o Brasil. Trigo é o 3º principal produto importado da Argentina que atende a nossa demanda interna no qual por fatores de natureza natural/climática atende nosso déficit de consumo interno.

Os dados estatísticos presente no quadro 3 mostram uma série de produtos no qual importamos da Argentina que se referem desde a produtos da indústria de transformação mais complexos a exemplo de veículos, indústria química e motores quanto produtos de natureza primária como trigo, carne e milho.

Quadro 3- Natureza das importações da Argentina para o Brasil

Descrição CUCI Grupo % do total importado da Argentina
Veículos automóveis para transporte de mercadorias e usos especiais 20
Veículos automóveis de passageiros 19
Trigo e centeio, não moídos 6,3
Motores de pistão, e suas partes 3,2
Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus 7,1
Propano e butano liquefeito 2,7
Partes e acessórios dos veículos automotivos 2,88
Polímeros de etileno, em formas primárias 2,85
Preparações e cereais, de farinhas, ou amido de frutas ou vegetais 2,46
Leite, creme de leite e laticínios, exceto manteiga ou queijo 2,11
Legumes, raízes e tubérculos, preparados ou conservados 2,02
Cevada, não moída 1,71
Produtos hortícolas, frescos ou refrigerados 1,54
Outros produtos diversos das indústrias químicas 1,38
Frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas 1,29
Medicamentos e produtos farmacêuticos, exceto veterinários 1,28
Alumínio 1,16
Energia elétrica 1,06
Ração ou farinha de trigo e centeio 0,98
Queijo e coalhada 0,96
Outras matérias plásticas em formas primárias 0,89
Veículos rodoviários 0,78
Gorduras e óleos vegetais, “soft”, bruto, refinado ou fracionado 0,77
Outros medicamentos, incluindo veterinários 0,75
Bebidas alcoólicas 0,71
Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) 0,70
Outros produtos comestíveis e preparações 0,69
Elementos químicos inorgânicos, óxidos e sais de halogêneos 0,63
Inseticidas, rodenticidas, fungicidas, herbicidas, reguladores de crescimento para plantas, desinfetantes e semelhantes 0,63
Filés ou outras carnes de peixes congelados, frescos ou refrigerados 0,63
Celulose 0,62
Milho não moído, exceto milho doce 0,61
Borrachas sintéticas 0,52
Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada 0,52
Gás de petróleo e outros hidrocarbonetos gasosos 0,40

Fonte: Comex Stat 2023.

 

Os Estados brasileiros que mais importaram produtos argentinos em 2023 foram o Rio Grande do Sul que respondeu por 23,76%, seguido por São Paulo (16,08%), Santa Catarina (13,6%),Minas Gerais (12,14%),  Paraná (9,6%) e Espírito Santo (9,06%) (COMEX STAT 2023).

Considerações finais

O presente texto para discussão apresentou elementos importantes para que pudéssemos tecer algumas considerações finais acerca da relação comercial externa entre Brasil e Argentina:

  • Há uma relação mútua de importância que precisa ser considerada. Brasil principal comprador da Argentina e Argentina o 4º principal comprador.
  • A Argentina é um dos parceiros comerciais mais importante do Brasil. Em 2023 participou com 4,92% do total nas exportações brasileiras só ficando atrás de China e Estados Unidos.
  • O volume financeiro em que o Brasil negociou com a Argentina em 2023 somou um total de R$ 83.411.842.000,00 em exportações e R$ 59.861.537.000,00 em importações.
  • A Argentina exporta produtos mais complexos ao Brasil a exemplo de veículos automóveis no qual representou 19,19% do total. Enquanto o principal produto vendido do Brasil para a Argentina é principalmente, partes e acessórios para veículos automotivos com participação de 10,61% do total exportado.

Referências.

BIELSCHOWSKY, Ricardo. Estratégia de desenvolvimento e as três frentes de expansão no Brasil: um desenho conceitual. Economia e Sociedade, Rio de Janeiro, v. 21, especial, p. 729-747. Ensaio escrito no âmbito do projeto do Ipea sobre “Agenda Desenvolvimentista Brasileira e sua Inserção Global”. 2019.

BIELSCHOWSKY, Ricardo. Estratégia de desenvolvimento e as três frentes de expansão no Brasil: um desenho conceitual. Texto para Discussão, n. 1828, p. 1-27. Brasília; Rio de Janeiro: Ipea, 2013.

BRASILIA. Comex Stats. Ministério da Economia. Estatísticas de comércio exterior do Brasil. 2023. Disponível em: http://comexstat.mdic.gov.br/pt/home. Acesso em: 26 out. 2023.

BRASILIA. Ibge. Instituto de Geografia e Estatísitca. IBGE Países. 2024. Site Países agrega dados de várias fontes oficiais sobre 193 países reconhecidos pela ONU. Divididos em seis temas (Economia, Indicadores Sociais, Meio Ambiente, População, Redes e Saúde), os dados são apresentados de forma sucinta e direta, permitindo a comparação entre os índices das diversas nações. Disponível em: https://paises.ibge.gov.br/#/mapa. Acesso em: 31 jan. 2024.

MERCADANTE, Aluizio (org.). O Brasil Pós Real. Campinas: Unicamp Instituto de Economia, 1998.

NATHALIA SARMENTO. Eventual vitória de Milei pode enfraquecer relações entre Brasil e Argentina, dizem especialistas. Portal de Notícias da Globo: G1. Rio de Janeiro, p. 01-02. 21 out. 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/10/21/eventual-vitoria-de-milei-pode-enfraquecer-relacoes-entre-brasil-e-argentina-dizem-especialistas.ghtml. Acesso em: 01 fev. 2024.

SANTEDER TRADE MARKETS. Valores de comércio na Argentina. 2021. Disponível em: https://santandertrade.com/pt/portal/analise-os-mercados/argentina/valores-do-comercio-2#classification_by_products. Acesso em: 26 out. 2023.

Notas explicativas do texto

 

[1] Para saber mais consultar “Brasil Pós Real” Unicamp (1998).

[2] Para mais detalhes consultar BIELSCHOWSKY, Ricardo. Estratégia de desenvolvimento e as três frentes de expansão no Brasil: um desenho conceitual. Economia e Sociedade, Rio de Janeiro, v. 21, Especial , p. 729-747. Ensaio escrito no âmbito do projeto do Ipea sobre “Agenda Desenvolvimentista Brasileira e sua Inserção Global”. 2019.

 

[3] Na atualidade representa R$ 83.411.842.000,00

 

[4] Na atualidade representa R$ 59.861.537.000,00

 

[5] Na atualidade representa R$ 23.550.305.000,00

 

 

[6] Conforme reportagem publicado no G1 no dia 21/10/2023 a vitória do atual presidente da Argentina causaria problemas na relação comercial entre Brasil e Argentina – https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/10/21/eventual-vitoria-de-milei-pode-enfraquecer-relacoes-entre-brasil-e-argentina-dizem-especialistas.ghtml

[7Dados retirados do Comex Stat (2023)

[8] Dados conforme IBGE/PAÍSES – https://paises.ibge.gov.br/#/mapa

 

[9] Dados retirados do Comex Stat (2023)

 

[10Consideramos os países que compõem o tradicional centro dinâmico do sistema os membros da Europa e América do Norte.